Administração
Nos levantamentos preliminares efetuados com o intuito de conhe¬cermos o contingente de mulheres praticantes da prostituição em Belo Horizonte, realizamos diversas enquetes junto a instituições e pes¬soas com atividades voltadas para esse público-alvo. Nesses levan-tamentos, descobrimos que tais organizações, inclusive aquelas pertencentes à esfera pública, em geral não possuíam dados concre¬tos ou confiáveis que retratassem o fenômeno. As informações disponibilizadas eram de caráter estimativo e traduziam somente registros de localização e de al¬gumas atividades relativas à pros¬tituição.
Na pesquisa em literatura espe¬cializada, enfrentamos também di¬ficuldades em obter referências téc¬nicas mensurando a questão. Em geral, ela é tratada de forma gené¬rica ou tendenciosa, caraterizando-se a prostituição como desvio soci¬al, crime contra a pessoa ou os cos¬tumes e até mesmo como conse¬qüência de transtornos psíquicos de comportamento.
Mesmo se tratando de uma prá¬tica de amplo conhecimento e re¬gistro popular, inclusive pelo fato de um grande número de pessoas se envolverem com ela, podemos perceber que os conceitos usuais situam-se apenas no nível de seu reconhecimento e localização. Em geral, a prostituição é vista pelo ângulo da estereotipia, não se per¬cebendo sua real condição e o que pode decorrer dela.
Partindo dessa constatação e objetivando retratar esse significa¬tivo fenômeno social, à luz da metodologia e da estatística, opta¬mos pela realização de uma pes¬quisa quantitativa, buscando ex¬pressar sua realidade numérica, seu desenvolvimento, sua caracte¬rização e as diversas formas de apresentação.
Devemos registrar que, nos es¬paços construídos para a aplicação dos questionários, com vistas à for¬mulação do banco de dados e à confecção desta publicação, tive¬mos a oportunidade de realizar também