Administração

Por quase 45 séculos a Grande Pirâmide de Gizé foi a construção humana mais alta do planeta, com 146 metros. Imenso mausoléu para o rei Khufu, única das sete maravilhas do mundo antigo que sobreviveu até os dias de hoje, a pirâmide não perdeu sua majestade. Sua imponente figura prevalece nas representações hierárquicas mais diversas, como a igreja (o papa no nível mais alto, seguido de cardeais, depois bispos, padres, e a base de fiéis), o estado (rei, nobres, profissionais, súditos) e, claro, as empresas. Mas, pelo menos no que toca o mundo corporativo, já não se fazem mais pirâmides como antigamente.

De uns poucos anos para cá, as empresas começaram a se representar de formas diferentes. Primeiro - suprema heresia! - colocaram a pirâmide de cabeça para baixo, para denotar que o cliente, e não o dono da empresa, era a pessoa mais importante do negócio. Depois veio a bagunça: setas (indicando a ênfase nos processos, não nos departamentos), círculos (indicando trabalho em equipe), até figuras geométricas complicadíssimas para denotar que o mesmo funcionário tinha que se reportar a três, quatro chefes e trabalhar em conjunto com pessoas de cinco, seis departamentos diferentes. E, claro, como todas as empresas querem ter tudo, as figuras começaram a se misturar. Tentar entender as estruturas funcionais das empresas pode equivaler a um bom curso de geometria descritiva. Ou de biologia. Na Tigre, por exemplo, cada equipe montada mostra uma evolução, partindo do modelo do líder no centro do círculo, passando para a figura do chefe junto com os colegas, em um ponto do círculo, até o momento em que o líder é expulso do círculo. A lógica, diz Nelson Machado, diretor de manufatura, é que a equipe passa a ser autogerenciável e o ex-líder parte para um novo projeto.

Toda essa variedade de figuras começou a surgir quando as empresas passaram a pensar em processos, afirma o consultor André Luiz Litmanowicz, da Arthur D. Little. A partir de então, as diferenças foram