administração
“A ciência funciona a partir do mistério, do não saber, defende o físico.”
Confira a entrevista.
“A preocupação com os seres humanos está sempre, em torno do início e do fim”. “E em relação à questão do fim está obviamente o tema do fim da vida humana e a manipulação do tempo”.
A afirmação é do físico brasileiro Marcelo Gleiser, especialista no debate sobre as relações entre ciência e fé. E ele provoca: “uma das grandes aflições humanas é a mortalidade. Será que a mortalidade é inevitável? Ou será que pode ser controlável por meio da ciência?”. Gleiser, que é agnóstico, participou nos dias 2 e 3 de outubro, na Unisinos, do XIII Simpósio Internacional IHU Igreja, cultura e sociedade. A semântica do Mistério da Igreja no contexto das novas gramáticas da civilização tecnocientífica. Na ocasião, concedeu pessoalmente a entrevista a seguir às jornalistas Graziela Wolfart e Patricia Fachin do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Durante a entrevista, Gleiser questiona: “qual o futuro da humanidade”? Vamos virar cada vez mais máquinas? Pois eu digo que já estamos virando máquinas. Onde termina o ser humano e começa a máquina que também é parte dele? O próprio pensar o ser humano está se transformando de forma profunda e rápida”. E conclui: “temos que enriquecer o espírito humano abrindo o máximo de modos possíveis de se pensar sobre as grandes questões”.
Marcelo Gleiser é graduado em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, mestre em
Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e doutor em Física Teórica pelo King’s College, em
Londres. É pós-doutor pelo Fermilab e pela Universidade da
Califórnia, Santa Bárbara, nos Estados Unidos. Leciona no Dartmouth
College, em Hanover, nos Estados Unidos. Tem uma vasta produção acadêmica, além de inúmeros artigos e livros publicados, dentre os quais citamos Cartas a