administração
Por Márcio Garcia
Nas palestras que tenho dado em universidades nos EUA, causam sempre grande espanto os números decepcionantes do crescimento da economia brasileira nos últimos três anos (2,7% em 2011, 1% em 2012 e 2,3% em 2013). Aparentemente, os bons anos 2003-2010, nos quais o Brasil cresceu, em média, 4% ao ano, criaram a ideia de que o Brasil era não só o B dos Brics, mas também um país que poderia ter taxas de crescimento asiáticas.
Um pouco de conhecimento sobre o país teria sido suficiente para dissipar a ilusão que a propaganda oficial tentou criar a propósito da expansão desmedida de 7,5% em 2010, claramente associada à disputa eleitoral. No entanto, muitos investidores internacionais compraram gato por lebre. E só notaram quando já era tarde demais. Mas, para analistas competentes da economia brasileira, a raquítica taxa média de crescimento do primeiro triênio da presidente Dilma, 2%, é menos desapontadora do que pode parecer.
A verdadeira piora no cenário fiscal de 2014
O resultado das contas públicas anunciado na semana passada decepcionou por ter sido o pior janeiro desde 2011. Mas a verdadeira deterioração no cenário fiscal de 2014 foi divulgada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que estimou as chuvas em março em 67% da média histórica. "Dito de outra forma: as térmicas vão ficar ligadas o ano inteiro e as premissas com que o governo vinha trabalhando terão que ser revistas", explica uma autoridade federal. E mais: cresce no governo a ideia de mudar as regras de cálculo dos preços do setor elétrico para reduzir na canetada o tamanho do problema fiscal.
O cenário com que trabalha o Tesouro Nacional é de que as chuvas de março serão suficientes para reduzir o custo da energia no mercado de curto prazo e, assim, baratear também o socorro que o governo terá que dar às distribuidoras de energia, afetadas pelo alto custo da geração termelétrica.
Para se ter uma ideia do tamanho da esperança, o Orçamento de