Adeus ao trabalho? ricardo antunes
O sistema de metabolismo social do capital nasceu como resultado da divisão social que operou a subordinação estrutural do trabalho ao capital. Esse sistema de metabolismo é o resultado de um processo historicamente constituído, onde prevalece a divisão social hierárquica que condiciona o trabalho ao capital. O autor, então, realiza um levantamento conceitual e histórico sobre o metabolismo social, e conseqüentemente, do capitalismo. Aponta que na atualidade sua continuidade, vigência e expansão não podem mais ocorrer sem revelar uma crescente tendência de crise estrutural que atinge a totalidade de seu mecanismo.
CAP2: DIMENSÕES DA CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL
Inicia apontando as características que levaram o capitalismo, nos anos 70, a apresentar problemas. A denominada crise do fordismo e do keynesianismo era a expressão fenomênica de um quadro crítico mais complexo; ela exprimia uma crise estrutural do capital. Era também a manifestação, tanto do sentido destrutivo da lógica do capital, quanto da incontrolabilidade do sistema de metabolismo social do capital, que acaba por desencadear o desmoronamento do mecanismo de “regulação” vigente (Welfare State). Como resposta a crise, iniciou-se um processo de reorganização do capital e de seu sistema ideológico e político de dominação (Neoliberalismo, privatização do Estado, desregulamentação dos direitos do trabalho); seguido de um processo de reestruturação da produção e do trabalho. Este período caracterizou-se, também, por uma ofensiva generalizada do capital e do Estado contra a classe trabalhadora e contra as condições vigentes durante o período keynesiano. Ressalta-se que nos países periféricos a reestruturação produtiva deu-se nos marcos de uma condição subalterna. A lógica destrutiva deste processo, ao recompor e reconfigurar a divisão internacional do sistema do capital, traz como resultado a desmontagem de