Adenoleucodistrofia no cromossomo X
Marcelo Antônio Oliveira SANTOS1
Prof.ª Dr.ª Orientadora: Maria Clara Pestana CALSA2
A adrenoleucodistrofia (ALD) é uma doença neurodegenerativa rara pertencente ao grupo de doenças relacionadas a erros inatos do metabolismo (EIM). A forma mais comum é a adrenoleucodistrofia ligada o cromossomo X (X-ALD), que deriva de uma herança genética recessiva, assim sendo, mais comum em indivíduos do sexo masculino. O principal mecanismo bioquímico desencadeador da patogenia inclui o acumulo anormal de ácidos graxos de cadeia muito longa (VLCFA, very long chain fatty acid), sobretudo no sistema nervoso central (SNC) e nas glândulas adrenais, devido à atividade anormal dos peroxissomos. A atividade anormal dos peroxissomos é explicada por um gene recessivo mutante gerando uma produção deficiente da ligase acetil-CoA, uma enzima responsável pelo transporte dos ácidos graxos dentro dos peroxissomos. A consequência desse acumulo é, entre outras, a destruição da bainha de mielina, resultando em impulsos nervosos ineficazes. Embora seja uma doença de caráter autossômico recessivo ligado ao cromossomo X, a literatura descreve em mulheres heterozigóticas, ou seja, portadoras do gene e que deveriam se assintomáticas, com manifestações clínicas isoladas e com uma menor intensidade. Assim, acredita-se que um único alelo do gene tenha influência genética sobre rotas metabólicas alternativas. A patologia apresenta um imenso número de manifestações clínicas diferentes, entretanto, consideram-se duas formas principais. A forma cerebral durante a infância, caracterizada por severas desordens mentais e motoras, evolui, na maioria dos casos, para óbito em um curto período; a adrenomieloneuropatia, mais característica em adultos, afeta a medula e os nervos periféricos e possui uma progressão lenta o que leva a um melhor prognóstico. O diagnóstico da doença geralmente é feito através da associação entre exames de imagem com contraste no