Cura pelo DNA
Se os genes causam doenças, por que eles não poderiam também ajudar a curá-las? A Genética é, hoje, a grande esperança de novos avanços na Medicina. por Vanessa de Sá
Os genes são hoje o foco de pesquisas médicas no mundo inteiro. Cada vez mais se constata que grande parte das doenças, do câncer de mama ao mal de Alzheimer, tem um componente genético, que pode ser hereditário ou fruto de alguma anomalia. Por isso a Genética invadiu o campo da Medicina. Pesquisadores, médicos, entre eles até psiquiatras, buscam nos genes a explicação e a cura para os males físicos e mentais que afetam a humanidade.
O busca dessas explicações é muito mais sofisticada do que no passado, quando os cientistas conseguiam apenas fotografar os cromossomos, as estruturas maiores que carregam os genes. Essas fotos permitiram diagnosticar doenças como a síndrome de Down: um defeito na divisão das células gera espermatozóides ou óvulos com um cromossomo a mais, o que é sempre sinal de algum distúrbio. Atualmente essa procura se dá num mundo muitas vezes menor do que o dos cromossomos: o mundo da molécula que forma todos os seres vivos, o mundo do DNA.
A caça aos genes doentes
A troca das letras que formam o grande livro de receitas de seres vivos – o DNA – não tem, na maioria das vezes, conseqüências sérias. Mas, quando ela se dá em algum gene importante para o funcionamento do corpo, o resultado é um bolo que desanda, isto é, um distúrbio ou uma doença. Técnicas como a PCR permitem diagnosticar com exatidão falhas no código genético – as mutações (veja infográfico abaixo).
Outras técnicas vão ainda mais fundo: procuram ler a seqüência de letras de um determinado gene doente. Os pesquisadores sabem qual o erro na seqüência que vai originar uma proteína doente. Localizando-se o erro, seria possível fabricar uma proteína sintética sadia.
Nem sempre a presença de um gene mutante é sinal de tragédia. Isso pode apenas querer dizer que há uma probabilidade maior de que