Adaptação "Juiz de Paz na Roça"
CENA 0
Uma rua vazia, perto do mato, José anda despreocupado. JOSÉ – Mas o que é isso? BANDIDOS – Isso é um assalto! JOSÉ – Ai, minha nossa senhora. BANDIDO 1 – Passa o relógio... BANDIDO 2 – Passa o boné... BANDIDO 3 – Passa tudo... BANDIDO 4 – E não esquece do dinheiro. JOSÉ – (SOZINHO JÁ) Como que eu vou me casar com Aninha agora?!
CENA 1
Sala com uma porta no fundo. No meio uma mesa, junto à qual estarão cozinhando Maria Rosa e Aninha. E as amigas de aninha tricotam.
MARIA ROSA – Como teu pai esta demorando, não? ANINHA – Ele disse que tinha muito que fazer. MARIA ROSA – Coitado! Vai morrer de tanto trabalhar! Já faz 8 horas que saiu e tomou apenas um café. ANINHA – Meu pai quando começa um trabalho não gosta de largá-lo, e você sabe muito bem que ele só tem Agostinho para ajudar. AMIGA 1 – Exatamente, e os escravos ultimamente andam muito caros. ANINHA – Sim, mas meu pai disse que depois da época da colheita, irá me comprar uma neguinha. AMIGA 2 E 3 – Nossa Aninha, que legal! Como você tem sorte. ANINHA – É eu sei... Mãe, já preparou a jacuba para meu pai? MARIA ROSA – É verdade! Já ia me esquecendo! Vai ali fora e traz dois limões (SAI AMIGA 3) Se Manoel João chega e não encontra a jacuba pronta, já podemos começar a cavar nossas covas...(ENTRA AMIGA 3) AMIGA 2 – Aqui estão os limões. MARIA ROSA – Fiquem tomando conta aqui, enquanto eu vou lá dentro. (SAI) ANINHA – Finalmente, pensei essa minha mãe nunca ia me deixar sozinha. Já começava a pensar que não poderia falar com José que me espera lá fora. Mas agora que estamos sozinha tudo bem ele entrar. (CHEGA À PORTA E O CHAMA) Aí vem ele.
CENA 2
Entra José com calça e jaqueta branca. JOSÉ – Adeus minha Aninha (TENTA ABRAÇÁ-LA)
ANINHA – Me deixa que eu não sou tuas “candanga”. Só irá me abraçar depois do casamento. Mas diga-me e o bananal, vendeu? Temos dinheiro para nos casarmos?
JOSÉ – Bem que eu queria, mas no caminho para cá,