Acidentes de motos
O Brasil, nas últimas décadas, foi, aos poucos, se colocando entre os campeões mundiais de acidentes de trânsito, como reflexo do número de veículos em circulação, da desorganização do trânsito, da deficiência geral da fiscalização, das condições dos veículos, do comportamento dos usuários e da impunidade dos infratores. Entre os acidentes de trânsito, observa-se, nas últimas décadas, um aumento crescente no número de acidentes envolvendo motocicletas, veículo que vem ganhando, cada vez mais, a aceitação e a aprovação da população, por ser um veículo ágil, econômico e de custo reduzido. Os custos dos acidentes em países “pobres” aproximam-se de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e 2% nas nações desenvolvidas. Em termos globais, são gastos anualmente U$S 518 bilhões em custos diretos e indiretos com os acidentes motociclísticos (BERNADINO, 2007). O Ministério da Saúde vem priorizando o tema nos últimos anos, e desde 2004 inseriu análises sobre acidentes de trânsito na publicação Saúde Brasil. Na primeira edição, em 2004, apresentou uma análise da tendência da mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil entre 1981 e 2001 e uma análise do impacto do Código de Trânsito Brasileiro na redução da mortalidade (BRASIL, 2004). No Brasil, como em outros países, os acidentes de trânsito são um ponto crítico e preocupante nas estatísticas de morbimortalidade, tendo destaque especial entre as causas externas. Constituem um grave problema de saúde pública e são importantes causas de morte, incapacidades e seqüelas, principalmente em indivíduos jovens. Estudos realizados têm mostrado que pedestres e motociclistas têm apresentado mais alta morbidade e mortalidade que as demais vítimas dos acidentes de veículos a motor (KOIZUMI, 1990; SOUSA et al.,1999).
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Violência No Trânsito
A violência é reconhecida como um dos problemas de maior magnitude e transcendência no Brasil