Acidente Nuclear
Contexto
Na década de 70, a URSS construiu usinas termoelétricas atômicas para obter energia e o plutônio destinado ao arsenal dissuasivo da Guerra Fria. O reator utilizado era o RBMK-1000, moderado a grafite. Nele, a água que refrigera o núcleo é diretamente aproveitada como vapor nas turbinas. Comparado com os modelos ocidentais, ele permite usar urânio com baixo enriquecimento, obtido a menor custo, tem construção mais simples e manutenção menos dispendiosa, e ainda permite substituir o “combustível” com o reator operando. Em compensação, sua concepção é antiquada e a segurança contra vazamentos é muito menor. O controle é muito instável em baixa potência e tende a disparo de reação em subidas de potência mais rápidas. Estes defeitos, agravados por um erro de projeto nas barras de controle, não estavam devidamente documentados e não eram intuitivos.
A usina de Chernobyl, atualmente desativada, fica na Ucrânia, a cerca de 110 km de Kiev. Tinha quatro reatores operando e dois em construção quando o pior acidente nuclear da história ocorreu na unidade 4, basicamente por falta de cultura de segurança. A unidade 2 operou até 1991, a unidade 1 até 1997 e a unidade 3 até dezembro de 2000.
Vista do painel de um reator RBMK em manobras de partida ou parada.
O acidente
Devido a pressões políticas, limitação de custos e pressa no comissionamento dos reatores, os responsáveis pelo empreendimento de Chernobyl assumiram muitas falhas no projeto e na execução. O erro mais grave foi colocar reatores em operação com dúvida quanto à possibilidade de manter o resfriamento seguro do núcleo no caso de uma queda total de energia. Depois de confirmada já nos primeiros testes, mantinha-se essa perturbadora pendência em segredo enquanto se esperava por oportunidades para tentar solucioná-la. A primeira parada programada da unidade 4 seria aproveitada para um experimento que consistia em reduzir a potência ao