Acidente nuclear em tricastin frança
Após retirarem as peças que interessavam - o que levou cerca de cinco dias -, a dupla, já com a saúde seriamente afetada pela radiação, vendeu o que restou ao proprietário de um ferro-velho. Ao fazer o desmonte final, o dono do estabelecimento, Devair Alves Ferreira, de 36 anos, expôs ao ambiente 19,26 gramas de cloreto de césio-137 (CsCl) - pó branco parecido com o sal de cozinha que, no escuro, brilha intensamente com uma coloração azul. Encantado com o brilho emitido pela substância, Devair resolveu exibir o achado a seus familiares, amigos e vizinhos. Todos acreditavam estar diante de algo sobrenatural - alguns até levaram amostras para casa. O pó fluorescente foi exposto por quatro dias, ampliando a área de contaminação.
Algumas horas após o contato com a substância, suas vítimas denotaram os primeiros sintomas da contaminação: vômitos, náuseas, diarreia e tonturas. Um grande número de pessoas procurou hospitais e farmácias, reclamando dos mesmos sintomas. Como ninguém fazia ideia do que ocorrera, os doentes foram medicados como portadores de uma doença contagiosa. Passaram-se alguns dias até que foi sugerida a possibilidade de se tratar de sintomas de uma Síndrome Aguda de Radiação. Somente no dia 29 de setembro de 1987, após a esposa do dono do ferro-velho, Maria Gabriela, de 38 anos, ter levado parte da máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária, é que foi possível identificar os sintomas como sendo de contaminação radioativa. Os médicos que receberam o equipamento solicitaram a presença de um físico nuclear