Acesso ao espaço discursivo do jornal
CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO
CURSO DE JORNALISMO
TEORIAS DO JORNALISMO
MARÍLIA Pereira de ARAÚJO
O ACESSO DOS EXCLUÍDOS AO ESPAÇO DISCURSIVO DO JORNAL
João Pessoa
2013
1. APRESENTAÇÃO
Sabe-se que o jornalismo sofreu evoluções - tanto como empresa, quanto como prática noticiosa. Os avanços passam pela adoção de critérios de seleção e noticiabilidade, de técnicas e receitas de redação e pelas inserções tecnológicas no meio. É verdade que, como veículo propagador de notícias, o jornal tem, na maioria dos casos, cumprido seu papel, mas pouco se discute acerca do caráter de espaço público para circulação de ideias, que também diz respeito ao meio jornalístico. Adélia Fernandes (2002) escreveu: “O papel do Jornalismo para a visibilidade das questões que envolvem direitos humanos e cidadania é indiscutível, pois a complexa sociedade atual precisa de um lugar para enviar os temas relevantes.” A garantia desse espaço, porém, nem sempre é observada, de forma que os critérios de seleção, adotados pelas produções jornalísticas, acabam por excluir algumas camadas da população do espaço discursivo do jornal. Em sua tese, O acesso dos excluídos ao espaço discursivo do jornal, Karina Falcone (2003) analisa em que situações os excluídos têm direito a participar desse espaço e que reflexos essa exclusão acarreta. Defende: “o acesso dos excluídos se dá, preferencialmente, em situações de conflitos. Os efeitos sócio-cognitivos desse fenômeno é uma das principais causas do preconceito e dos estereótipos construídos na sociedade contra os grupos em situação de exclusão”. Felippi, Piccinin e Weber (2011), por outro lado, defendem em seu artigo que “o consumidor dos produtos jornalísticos tem sido convidado com mais frequência e a partir de novas formas a participar da produção, ele tem passado a ser – e compreendido como – um produtor nesse processo.” A abertura e liberdade