Acerca do objeto do serviço social
Vicente de Paula Faleiros
Autores como Iamamoto e Mota, defendem a tese de que o serviço social pode ser instrumento de uma ou outra classe, ele pode servir tanto ao capital, como ao trabalhador, isso vai depender das condições objetivas e das opções políticas de seus agentes.
Segundo Netto, o serviço social tem apenas o papel de responder a demandas sociais prático-empíricas, seu objeto será um complexo heteróclito de situações que demandam intervenções sobre variáveis empíricas.
Para Baptista o objeto de intervenção profissional do assistente social é o segmento da realidade que lhe é posto como desafio, aspecto determinado de uma realidade total sobre o qual irá formular um conjunto de reflexões e de proposições para a intervenção. O profissional precisa conhecer a realidade como um todo, para assim refletir sobre ela e poder intervir naquela realidade. Esse objeto se constrói no real, na tensão que existe entre o sujeito da ação que transforma e o segmento da realidade a ser transformado. Maciel e Cardoso também veem o serviço social como uma prática que instrumenta a classe subalterna no seu processo de constituição como classe homogênea.
A construção de estratégias no tempo social, familiar e especifico que é colocado pelos usuários na relação com a intervenção profissional/institucional só será possível se houver articulações das mediações particulares, individuais ou coletivas, que é exigida pelo trabalho cotidiano no contexto econômico, político, imaginário e ideológico.
A construção do objeto ocorre dentro do contexto institucional que é onde se exerce o poder profissional, onde se enfrentam as estratégias de sobrevivência/vivencia com as exigências de reprodução e as formas de percepção, representação e manifestação de interesses, identidades, organizações.
O serviço social também é considerado como mediador de conflitos, assim ele intervém sobre as tensões, os