Acelerador Linear
1. História
No final do século XIX duas descobertas revolucionaram por completo a história universal. O raios-X, descoberto em 1895 pelo físico alemão Wilhelm Röntgen, sendo esta uma descoberta de grande impacto na medicina para examinar o interior do corpo humano e a descoberta da radioatividade que deu-se em 1898 na França pelo casal Curie e Antoine Henri Becquerel, que logo descobriram outros materiais radioativos semelhantes ao urânio, destacando-se o Rádio, que em 1900 foi o primeiro material radioativo utilizado para fins terapêuticos. Era o inicio de um processo de desenvolvimento para um sem-número de novas aplicações, entre as quais a Radioterapia (utilização de radiações ionizantes para efeitos terapêuticos). Foi Alexander Graham Bell em 1903 que propôs a colocação de pequenas quantidades de Rádio dentro de um tumor maligno com o objetivo de eliminar as células doentes. Nascia a braquiterapia, que consiste em aplicar fontes radioativas próximas ao tumor e também iniciava o estudo para proteção da radiação e redução dos efeitos indesejáveis. Em 1930 em pesquisas no Instituto Radium, a física Irene Curie com seu marido Fréderic Joliot, descobriu que materiais não radioativos quando irradiados por materiais radioativos naturais, passavam também a emitir radiação, fenômeno batizado de radioatividade artificial. Dez anos mais tarde, com a invenção dos reatores nucleares se tornou possível á produção de novos elementos radioativos com aplicações na medicina, dentre eles o Cobalto-60 (Co-60) e o Césio-137 (Cs-137), estes elementos encapsulados foram muito usados em radioterapia. Até então, os tratamentos eram feitos com equipamentos de raios X superficiais e de ortovoltagem. Os raios X superficiais (30kV a 100kV), de energia mais baixa, eram utilizados para tratar lesões superficiais, como tumores de pele. Para tumores mais profundos, utilizavam-se raios X de ortovoltagem (100kV a 300kV).