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Texto de: Stoff Vieira
Ato: 01
Cenário: sala
Chico sentado na poltrona lendo um jornal, enquanto Odete tira poeira dos moveis.
Chico – Odete? Eu cair!
Odete – quebrou alguma perna?
Chico – eu estou falando das pesquisas eleitorais para prefeito, eu cair de segundo para o terceiro lugar!... Eu ajudo os pobres, dou comida pra essa gente, abraço e aperto a mão... Tudo bem que eu só abraço e aperto a mão se tiver fotógrafos ou câmeras, mais abraço.
Odete – mais o comida que o senhor dar nem meu cachorro têm coragem de comer aquilo! A gente pode morrer intoxicada só pelo cheiro... Até a comida do lixo dos ricos é melhor que aquela porcaria!
Chico – mais eu aperto nas mãos dos pobres!
Odete – todos os políticos é assim aperta na mão dos pobres antes das eleições e na dos ricos depois.
Chico – mais eu só a melhor opção para os pobres, sou conhecido como o pai dos pobres...
Odete – toda época de eleição tem candidato que embesta em ser pai dos pobres, onde já se viu uma coisa dessas... E nós pobres ia lá ser filhos de políticos.
Chico – ora, Odete mais eu sou conhecido como o pai dos pobres!
Odete – é o senhor é o pai dos pobres, o outros são; pai dos descalçados, pai dos descamisados, pai dos sem tetos, pai dos sem cuecas, pai de santo, pai dos sem dentes, até mãe de leite já apareceu... Onde já se viu está cheio de político querendo ser pai e mãe, por que diabos eles num adotam logo um monte menino de orfanato?!
Chico – Odete, eu já não sei que estratégia tomar, eu preciso ser eleito!
Odete – se o senhor quiser peço pra uma tia minha rezar pelo senhor, ela é freira, e quando ela reza acontece... Outro dia ela foi candidata a presidente do sindicado das freiras, as irmãs que votaram nela tudo bem, mais as que votaram contra...
Chico – o que aconteceu com elas?
Odete – irmã Cleuza, os cabelos caiu, ela andava pelos corredores aos gritos desesperada... (simulando a situação) – meu Deus, meu Deus, meu Deus!!!... Eram