ACADÊMICO

DAS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS - DESCARTES
A primeira prova que o autor nos apresenta, nas meditações, surge a partir da idéia de infinito. Ao analisar as características de um ser perfeito e soberano, Descartes nos leva a uma reflexão sobre a origem dessa idéia. Pois é certo que, sendo nós seres finitos e imperfeitos, e que nada que conhecemos de fora seja infinito ou perfeito, ou que ainda, possamos ter uma certeza absoluta sobre estas coisas exteriores, a idéia de infinito e de perfeição não pode advir de nada exterior. Estas idéias estão presentes no próprio pensamento, anteriormente, até mesmo à percepção de nós mesmos como seres pensantes. Ou seja, concebemos a idéia deste ser infinito e perfeito, primeiramente e mais facilmente do que as idéias de todas as outras coisas. É também com mais clareza e distinção, justamente por essas idéias estarem presentes no pensamento independentemente da experiência ou do conhecimento dos corpos extensos. São idéias extra-sensoriais. A inferência de um ser mais perfeito que o nosso se dá, justamente pela percepção das carências da própria natureza finita do homem, estas carências só são assim percebidas graças à esta idéia anterior de um ser mais perfeito. Desta forma, o autor justifica como podemos ter a idéia de algo infinito e perfeito, se não conhecemos nada assim durante a vida. Há possíveis objeções, como a de que esta idéia de infinito, não seja apenas alcançada por uma negação, neste caso, a negação do finito. Mas isto é refutado pelo fato de que é demonstrado que a idéia deste ser infinito, não ser simples negação, mas sim certezas presentes no próprio espírito antes mesmo de conhecermos tudo o que é finito. Seria como chegar ao conhecimento do ser, pelo não-ser, o que é impossível. É desta forma que Descartes produz a reflexão da primeira prova da existência de