Acadêmico
INTRODUÇÃO
No caso brasileiro, mais especificamente no Rio de Janeiro, a difusão da psicanálise se dá a partir da própria organização do movimento psicanalítico e seus desdobramentos, que resultam na criação de treze grupos de formação psicanalíticas, passando por seus projetos de intervenção nas instituições médicas e pedagógicas, e se estendendo até a livre circulação do ideário psicanalítico nos meios de comunicação.
O CASO DO RIO DE JANEIRO
O Rio de Janeiro, a partir da década de 70, passou a ser cenário do que se convencionou chamar o boom da psicanálise. Essa expressão referia-se basicamente ao fenômeno da crescente expansão do atendimento terapêutico em caráter privado. Muitos psicanalístas foram unânimes em reconhecê-la e identificam a população emergente que passou a frequentar seus consultórios entre os profissionais liberais, principalmente os psicólogos, professores, intelectuais, artistas e estudantes universitários. Todos pareciam manifestar um desejo de auto-conhecimento, de melhorar a qualidade de seus vínculos eróticos, afetivos e familiares, de ampliar sua criatividade, iniciativa ou eficácia profissionais em busca de auxílio psicanalítico. Houve, enfim, uma ampliação da demanda , tanto quantitativa quanto qualitativa-a queixa tronando-se cada vaz mais inespecífica.
Na segunda metade da década de 70 , quando a psicanálise já estava definitivamente implantada e o problema se desloca para a crescente busca de profissionalização-especialmente pelos psicólogos- os psicanalístas se manifestam mais veementemente procurando resguardar a psicanálise de sua própria"conspurcação" Cabernite( 1974;1976), Chebabí( 1980;1983), Birman( 1982).
Dentre os poucos comentários críticos sobre o início do boom destaca-se o de Katz( 1972 ). Antes mesmo de tornar-se psicanalista, ele já estava atento para este fenômeno apesar de não pretender analisa-lo-ao contrário pretendia servir-se dele como cauçao para os psicólogos em sua