Acadêmico do curso de Letras
O romance terra sonâmbula foi publicado em 1992, pelo escritor Moçambicano Mia Couto, ganhou o Prêmio Nacional de ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) em 1995, e em 2002 o ¨NomaAfricanAwards¨, sendo considerado um dos 12 melhores livros africanos do século XX. A Narrativa apresenta em sua ficção a dor, a miséria e as consequências traumáticas da guerra que atropelou o povo de seu país, utilizou-se de elementos que se aproximam do realismo fantástico e do maravilhoso, fazendo uma literatura de cunho engajado histórica e socialmente, além disso, Mia Couto sofre influencias diretas de escritores brasileiros como: Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e José Saramago.
A narrativa se desenvolve em duas instâncias. Em primeira instância, em terceira pessoa, tem-se a história de dois sobreviventes da guerra, (Tuahir e o garoto Muidinga) que acabam por acaso encontrando uma série de cadernos, espécie de diário que rememora para os sobreviventes-leitores os dias passados durante a guerra. Assim, a historia da guerra é reconstituída a partir da narrativa de Kindzu, dono e escritor dos cadernos encontrados, numa segunda instância narrativa, em primeira pessoa, se desenvolvendo dentro da outra e primeira narrativa, tendo assim na narrativa a presença de dois tipos de narrador que na obra tem-se a mudança de heterodiegético para autodiegético.
O tempo da narrativa Terra Sonâmbula converge para o tempo da escrita, transformando o romance em narrativa alternativa a de cunho historiográfico, com um enredo sobre a riqueza cultura de Moçambique, mitos, lendas, de um povo sofrido e maturado por uma colonização traumática de 30 anos de guerra civil.Terra sonâmbula tem como cenário Moçambique pós-guerra pela independência e no meio de uma guerra civil cruel que parece não acabar nunca, ¨onde as residências duram mais que a vida dos homens¨. Tuahir e muidinga que representam o encontro entre duas gerações sofredora e