Abuso de substâncias psicoativas por adolescentes na contemporaneidade
Rio de Janeiro
2011
Este trabalho tem como objetivo fazer uma discussão acerca do uso abusivo de substâncias psicoativas por adolescentes na contemporaneidade. Diante disso, torna-se necessária a compreensão de como esse período é vivenciado pelo sujeito e pela sociedade contemporânea e o papel que a droga assume nesse contexto. Por fim, será discutida a atuação do psicólogo diante da demanda de atendimento a esses jovens.
Cada sociedade compreende a adolescência de uma maneira específica. Em sociedades mais primitivas, a passagem da infância para a fase adulta é caracterizada de forma simbólica através de cerimônias, onde os homens são expostos a riscos e sofrimentos físicos enquanto as mulheres pintam os corpos com elementos da natureza, ouvem cantos sagrados e banham-se em água com essências próprias. Para esses grupos, a pessoa inicia o ritual em uma condição de criança e adquire ao seu término, o novo status social de adulto, sem passar, portanto pelo período que entendemos como adolescência.
Já na nossa cultura, o adolescente é aquele que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, possui entre 12 e 18 anos de idade. Ou seja, os chamados “ritos de passagem”, que acordo com Brêtas et al. (2008), são importantes para a construção e a consolidação da identidade e papel social do sujeito, não são bem definidos. Para os autores, o luto, a dor, o turbilhão de emoções e transformações vivenciadas na puberdade, não encontram um apoio social organizado, não há um espaço para que o adolescente possa compartilhar coletivamente a sua passagem para a vida adulta. Dessa forma, ele fica entregue aos seus próprios conflitos.
Durante a passagem da infância para a vida adulta, o jovem tem que lidar com uma série de perdas. Brêtas et al. (2008) identificam alguns lutos vivenciados pelos adolescentes tais como: luto pela perda do corpo, da identidade e da bissexualidade infantil assim como o