abscesso hepático piogênico
INTRODUÇÃO Os abscessos hepáticos são conhecidos desde a época de Hipócrates. Em 1938, Ochsner e colaboradores definiram o tratamento cirúrgico como o mais adequado. Com o advento dos antibióticos, McFadzean e associados preconizaram a aspiração fechada com antibioticoterapia para o tratamento dos abscessos solitários em 1953. Esse tratamento foi relativamente esquecido, e a drenagem cirúrgica aberta continuou como o tratamento de escolha. Com o aparecimento de novas técnicas de diagnóstico por imagem, que permitiam a localização precisa da lesão, desenvolveram-se nos anos 80 a aspiração e a drenagem percutâneas guiadas por imagem.
FISIOPATOLOGIA As bactérias piogênicas chegam ao fígado por vários caminhos. A doença do trato biliar é responsável por grande porcentagem dos casos, e pode ocorrer por obstrução maligna, benigna da árvore biliar, com colangite. Antes do advento dos antibióticos, a disseminação, por via portal, de bactérias, ocorria na diverticulite e apendicite. Na infância, ocorre mais freqüentemente por infecção na veia umbelical. Disseminação via artéria hepática ocorre durante bacteremia por endocardite, osteomielite ou outros. A disseminação por contigüidade permite o acesso bacteriano ao fígado em abscessos subfrênicos ou pneumonias. Lesões penetrantes permitem a infecção direta.
Etiologia ( 83 casos )
Lobo Direito
Lobo Esquerdo
Bilobar
Total (%)
Criptogênico
33
3
1
45
Hepatolitíase
12
16
2
36
Colelitíase
4
1
1
7
Estenose ducto biliar comum
0
0
2
2
Carcinoma hepatocelular
2
0
0
2
Colangiocarcinoma
3
0
0
4
Piemia portal
1
0
0
1
Hematogênica
1
0
1
2
Chu, K. et al.: Pyogenic Liver Abscess: An Audit Experience Over Past Decade. Arch Surg. 1996; 131:148-152 Bactérias mais comuns
Aeróbicas
Anaeróbicas
Escherichia coli
Streptococcus anaeróbicos
Klebsiella
Streptococcus microaerofílicos
Streptococcus viridans
Bacteroides
Staphylococcus aureus