Abril Despeda Ado
Francisco Renato Alves LOURENÇO
Universidade de Brasília - UNB
Abril despedaçado traz a história de uma família do sertão brasileiro, em 1910, em uma disputa com outra família por uma faixa de terra. Nessa rivalidade as famílias estavam se destruindo, pois eles perpetuavam a tradição da vingança, reivindicando a morte de um filho com a morte de outro. As gerações futuras honrando com sangue os seus antepassados.
O local é Riacho das almas, situado no sertão brasileiro, onde vivem as duas famílias. Essa disputa é marcada pela vingança que uma família impõe à outra. Assim que a camisa suja de sangue, daquele que morrera amarelasse, seria a hora da vingança. Ritual cumprido religiosamente. E tinham regras morais.
O filme é gravado no sertão. Recriando um ambiente hostil, árido, sem vida. A cor predominante é o amarelado, dando ideia do velho, do sujo, do sem vida. Aproxima o filme da realidade.O que há de belo no feio do sertão, senão numa foto, ali, admirada de longe? O belo no sertão está nas suas histórias. Bonitas, feias, alegres e tristes, mas conta a história da gente da terra, com suas peculiaridades. O suor do dia a dia da gente do sertão, as suas fraquezas, também, como a dessas famílias, com valores morais completamente desatualizados, onde o olhar de uma crianças se destoa do olhar dos demais. Destaca-se a trilha sonora. Nos momentos de introspecção da mãe, as músicas são tristes.
Família simples, observa-se pelos próprio trajes. Característico de pessoas que vivem nesse tipo de região. Roupas rústicas, de tecido grosso e feitas e refeitas à mão. Roupas de lida as mesmas do dia-a-dia. A própria linguagem denota sua condição social. Pacu vai aprendendo o jeito desleixado da língua dos desvalidos. Restaram quatro. O filho mais velho já havia sido morto. Tonho agora, seria incumbido da sua vingança para lavar a honra da família. Tinha o caçula, a quem chamavam de “Mininu”. A mãe, sempre submissa ao marido, pois era quem sempre ditava as