Abordagem
Qualquer análise administrativa que se propusesse a estudar tanto os aspectos sociais de uma organização, quanto Os seus aspectos técnicos, poderia, sem muita violência à lógica, ser chamada de uma abordagem sócio-técnica. Com este mesmo sentido, esta definição é adotada por certo tipo de literatura técnica que, superficialmente, vem destacando seus atributos sócio-técnicos, buscando, ao que tudo indica, repetir os modismo e os êxitos publicitários das chamadas abordagens sistêmicas. Houve época em que todo artigo ou livro que se publicasse sobre administração teria inevitavelmente de ser acompanhado da vaga e imprecisa qualificação de abordagem sistêmica. A se julgar pelos primeiros sinais, este problema começa a aparecer na análise sócio-técnica. Por este motivo, resolvemos empreender uma sumária caracterização desta técnica, chamando a atenção para suas contribuições potenciais e também para suas possíveis deficiências. 2. ORIGEM E NATUREZA DA ABORDAGEM SÓCIO-TÉCNICA
A abordagem sócio-técnica está, inquestionavelmente, ligada às atividades do Instituto Tavistock, Londres, ou, mais particularmente, ao trabalho de um grupo de pesquisadores (E. Jaques, A. K. Rice, J. M. M. Hall, E. L. Trist), em um estudo pioneiro que ficou conhecido pelo nome de projeto Glacier.1 Outras fontes de grande importância são as pesquisas de J. Woodward acerca do impacto da tecnologia sobre a natureza das tarefas produtivas e delineamento de cargos2 e também os estudos de E. L. Trist e K. W. Bamforth sobre o método em galerias de extração de carvão.3
Desde a sua mais divulgada aplicação na Inglaterra (por volta de 1950), o método sócio-técnico tem evoluído não só em seu lugar de origem como também em outros países do mundo. Inicialmente, nos EUA, esta abordagem tomou a forma de análise e delineamento de cargos.4 Recentemente, porém, ênfase tem sido dada à qualidade de vida dos locais de trabalho. Na Noruega e Suécia, que talvez sejam, nos dias atuais, os centros