Abordagem sócio-histórica como dispositivo de escuta do desejo na orientação vocacional de adolescentes
Esta dissertação pretende discutir por que achamos importante, num processo de Orientação Vocacional com adolescentes, a escolha da abordagem Sócio histórica e o estudo dos conceitos da psicanálise que se referem à adolescência e à escuta psicanalítica. A sociedade atual é considerada por muitos autores sociólogos como, Christopher Lasch no livro O mínimo Eu (1986) e Jurandir Freire (1988) no livro Psicanálise em tempos sombrios, extremamente narcísica e obcecada pelo novo, onde a adolescência ocupa um lugar idealizado. Na psicanálise a atenção aponta para outro lado que não as vantagens da juventude reconhecendo as dificuldades desse momento crítico do sujeito. A Orientação Vocacional vem sendo desenvolvida por psicólogos como Bohoslavisky (1971/1993) e pedagogos, como Silvio Bock(2010) numa tentativa de mudar a finalidade de traçar um perfil e encontrar atividades profissionais que sirvam a esse perfil. Isso não mudou muito nesses anos todos, os instrumentos básicos utilizados comumente continuam sendo: os testes de interesse, os de aptidão e os de personalidade. Supomos que esse tipo de abordagem pretende adaptar o sujeito a uma capacidade e não investigar a sua vocação. Numa primeira pesquisa sobre o tema Orientação Vocacional, nos demos conta da importância de Bohoslavsky (1971/1993), que defendia a teoria psicanalítica como norteadora em um processo de OV por ser, segundo ele, uma teoria que leva em consideração a melhor escolha como singular. O nosso caminho, em busca de respostas à pergunta que fazemos “Por que a psicanálise na formação de um orientador vocacional?” foi promover uma crítica às abordagens existentes e construir argumentos para apresentarmos nossa proposta. Esse trajeto que seguimos inicialmente é para que, a partir deste estudo, possamos compreender melhor o sujeito adolescente de acordo com características dessa passagem que diz suas