ABC da greve

1224 palavras 5 páginas
O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista (ABC é a conjugação das cidades adjacentes a São Paulo, Santo André, São Bernardo e São Caetano), acompanhando a trajetoria do movimento de 150 mil metalurgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contigente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passando 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca foi o mesmo.
“Cabeças levantadas, máquinas paradas, pois quem toca o trem prá frente também, de repente, pode o trem parar”. Assim entoava Chico Buarque em 1980 numa comovente homenagem aos trabalhadores do maior centro industrial da América Latina. Em 1979, ano que marca o começo da “abertura política” do regime controlado desde 1964 pelos militares, cento e cinquenta mil metalúrgicos, com Luís Inácio da Silva, o Lula, param durante 10 dias. Os trabalhadores reivindicam por 73% de aumento salárial, mas o processo se acelera com a intervenção do governo militar que prende os líderes sindicais e barra a entrada de metalúrgicos ao estádio de Vila Euclides, o único lugar capaz de acolher assembleias diárias que juntam de cinquenta a setenta mil trabalhadores. Depois de 45 dias de trégua os trabalhadores aceitam um aumento de 69%.
“ABC da greve” não mostra tudo, nem poderia. Leon Hirzsman era um cineasta talentoso, de um olhar atento e crítico. Só a urgência em perceber uma época de mudanças explicitas e o facto de ter interrompido a rodagem da sua obra-prima, “Eles não usam Black-tie”, para se lançar no furacão do ABC. O autor da ficção foi ao encontro da realidade que procurava retratar num enredo que conta os dilemas de uma família de trabalhadores envolvidos numa greve. Isso nos

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