51348382 641 intertextualidade
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Capítulo 9A intertextualidade
KOCH, Ingedore G. Villaça., Introdução à lingüística textual. São Paulo: Martins .Fontes, 2004.
A intertextualidade constitui um dos grandes temas a que se tem dedicado a Lingüística Textual.
Em diversos estudos (Koch, 1985, 1991, 1994, 1997a, 1997b), tratei de questões relativas à intertextualidade e à polifonia, questões que vou retomar aqui, com o intuito de reiterar a (inevitável) presença do outro naquilo que dizemos ou escrevemos.
Foi devido a essa - necessária - presença que postulei a existência de uma intertextualidade e/ou polifonia em sentido amplo, constitutiva de todo e qualquer discurso, a par de uma polifonia e de uma intertextualidade stricto sensu, esta última atestada, necessariamente, pela presença de um intertexto.
Nos estudos mencionados, procedi a uma classificação dos vários tipos de intertextualidade e procurei estabelecer uma distinção entre os fenômenos da intertextualidade e da polifonia, quando tomados em sentido restrito. Referirei aqui uma parte dessa investigação.
Intertextualidade
A intertextualidade strícto sensu ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade ou da memória discursiva (domínio estendido de referência, cf. Garrod, 1985) dos interlocutores.
A intertextualidade será explícita quando, no próprio texto, é feita menção à fonte do intertexto, como acontece nas citações, referências, menções, resumos, resenhas e traduções, na argumentação por recurso à autoridade, bem como, em se tratando de situações de interação face a face, nas retomadas do texto do parceiro, para encadear sobre ele ou contraditá-lo.
Por outro lado, a intertextualidade será implícita quando se introduz no texto intertexto alheio, sem qualquer menção da fonte, com o objetivo quer de seguir-lhe a orientação argumentativa, quer de colocá-Io em questão, para ridicularizá-Io ou argumentar em sentido contrário (Grésillon &