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317 palavras
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ANTROPOFAGIA 1929O que o olho vê?Duas pessoas nuas sentadas no chão, uma paisagem com cactos e folha de bananeira, sol, céu, nuvens. O que o olho percebe?Duas pessoas nuas sentadas no chãocom as pernas entrelaçadas, uma representa a figura de uma mulher sentada de frente com um seio grande, pernas grandes, pé grande com quatro dedos, a outra a figura de um homem sentado de lado com acabeça pequena levemente inclinada para frente, mãos sobre o joelho, pernas grandes dobradas, pé grande com quatro dedos posicionados no chão verde.Por trás das pessoas uma paisagem com cactos em tomverde escuro, folha de bananeira, no tom verde claro, sol na cor laranja com amarelo, um chão verde e um céu azul claro com nuvens brancas.O olho conta uma história.Nesta tela temos a junção deduas obras que é “Abapuru” com “A Negra”.O Abapuru significa “homem que come carne humana”, em tupi, aquela figura monstruosa, de pés enormes plantados no chão surgiu a ideia da terra, do homem nativoselvagem.Tarsila do Amaral valorizou o trabalho braçal (corpo grande) e desvalorizou o trabalho mental (cabeça pequena).A Negra foi criada pela artista a partir de uma foto de sua babá e também éfruto das historias contadas pelas mucamas da fazenda em sua infância. A partir dessas fases das artes brasileiras, pode-se ler na obra Antropofagia de 1929.* No plano das formas e dacomposição das imagens: repetem-se criaturas deformadas, humildes, caipiras, bucólicas, sombrias, grandes membros, cabeça pequena, terra-mãe, cacto, folha de bananeira.* “No plano temático: a ausência derecalques de Freud, em especial, da vergonha de ficar pelado” aspecto notável na nudez primitiva espontânea das personagens;Cacto e pedrasO hábito de viver se limitando ao hábito de persistir,como pedras ao sol, como cacto no deserto, como pedras, como cacto. Que ciência mais profunda que esta ausência de sabedoria encontrável nos desertos? O deserto nos ensina por não... [continua]