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Não se trata de afetar a credibilidade das declarações que, por regra com origem governamental, direta ou indireta, anunciam sinais animadores mesmo quando, quanto à recuperação da crise que estamos globalmente a sofrer, tudo passa das capacidades médias das populações europeias. Mas trata-se de sublinhar, com vigor, que o corolário evidente de confiança no regresso ao tipo de sociedade anterior, antes do novo-riquismo destruidor e do liberalismo repressivo a servir de terapia, exige a maior meditação, prudência e moderação na confiança técnica ou interventora.
Escreveu algures Sun Tzu, lembrado por Hassner, que "aquele que se distingue a resolver as dificuldades, resolve-as antes de surgir. O que se notabiliza em vencer os seus inimigos, triunfa antes que as ameaças destes se concretizem". Trata-se de coisa diferente do princípio da precaução que diz respeito à prevenção de acidentes, e cuja débil utilização foi por exemplo demonstrada com a destruição das Torres Gémeas.
Alguns falam, neste domínio, que tem relação direta com os serviços de informação, da deficiência do conhecimento-antecipação, um facto que esteve aparentemente na base do excesso de zelo do Governo de Obama quando organizou a invasão da intimidade de todos os Estados.
No caso da crise financeira e económica global, não se trata já de nenhuma destas inquietações, porque os factos estão consumados: o que falta é saber se a experiência foi adquirida e se algum saber novo pode ser enunciado, em substituição dos dogmas do mercado sem regulação, aberto à liberdade criadora de financeiros imaginativos. Dispensa-se a temática do carisma, porque o que são necessárias são vozes credíveis de quem demonstre que se aplica e tem a certeza de que ninguém escapa a enganar-se. Neste último ponto, a dolorosa experiência que os europeus têm sofrido para além do humanamente aceitável deve ter proporcionado uma colheita de erros que deve ser