38 LIVROS DIDATICOS HOMOSSEXUALIDADE E SALA DE AULA
Giliard Dutra Brandão
Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH
Rua Quinze, 80, Nova Cintra, Belo Horizonte Minas Gerais
(31) 3388 88 22 / (31) 8778 55 25 giliardutra@hotmail.com 1 INTRODUÇÃO
A sexualidade é inerente ao ser humano. Logo, em qualquer que seja a esfera na qual o sujeito estiver inserido, as manifestações ocorrerão, porque ela é parte integrante do sujeito e, isso, torna impossível desvinculá-la das práticas pedagógicas.
Portanto, se admitimos que a escola não apenas transmite conhecimentos, nem mesmo apenas só os produz, mas que ela também fabrica sujeitos, produz identidades étnicas, de gênero, de classe; se reconhecermos que essas identidades estão sendo produzidas através de relações de desigualdade; se admitirmos que a escola está intrinsecamente comprometida com a manutenção de uma sociedade dividida e que faz isso cotidianamente, com nossa participação ou omissão; se acreditarmos que a prática escolar é historicamente contingente e que é uma prática política, isto é, que se transforma e pode ser subvertida; e, por fim, se não nos sentimos conformes essas divisões sociais, então, certamente, encontramos justificativas não apenas para observar, mas, especialmente, para tentar interferir na continuidade dessas desigualdades. (LOURO, 2003, p.85-86).
Tendo em vista as desigualdades, os atos discriminatórios nos espaços escolares, não podemos deixar de discutir a respeito do homoerotismo como componente curricular. Sabemos que trabalhar sexualidade nas escolas é um tabu construído e legitimado pelos valores que permeiam toda a sociedade. Porém, os educadores não podem negar a condição docente, com caráter pluralista, democrático, multicultural, pois os alunos, também, levam para escola seus valores e estes são infinitos e heterogêneos, onde todos devem ser respeitados e sentir-se parte integrante legítimo daquela