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Campinas, 26 de março a 8 de abril de 2012 – ANO XXVI – Nº 521
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Preconceito pode afetar saúde mental de adolescente homossexual, aponta tese
Transtorno depressivo maior e o risco de suicídio estão entre os fatores que mais preocupam especialistas
MARIA ALICE DA CRUZ
Pesquisa da Unicamp revela que fatores culturais podem fazer com que adolescentes com orientação homossexual tenham a saúde mental mais fragilizada que adolescentes heterossexuais. De acordo com a psicóloga
Daniela Barbetta Ghorayeb, autora da tese
“Homossexualidades na adolescência: saúde mental, qualidade de vida, religiosidade e identidade psicossocial”, orientada pelo professor Paulo Dalgalarrondo, o preconceito sofrido pelos adolescentes está entre um dos fatores de risco para a saúde mental. “Não podemos dizer que o preconceito é causa determinante de pior saúde mental, mas o identificamos como fator de risco”, diz Daniela.
A psicóloga acrescenta que uma das finalidades desse estudo, assim como de outros dois, de mesmo desenho, desenvolvidos no Laboratório de Saúde Mental e Cultura da
Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da
Unicamp, é avaliar o impacto da discriminação na saúde mental de sujeitos de orientação homossexual. De modo geral, 40% dos adolescentes homossexuais manifestaram prevalência de transtornos mentais, contra 20% do grupo controle. O transtorno depressivo maior e o risco de suicídio estão entre os fatores preocupantes para os especialistas. De acordo com os resultados da pesquisa, obtidos em entrevistas realizadas com adolescentes selecionados por Daniela, 35% dos sujeitos que se identificaram como homossexuais apresentaram transtorno depressivo maior em algum momento da vida. Entre entrevistados do grupo controle (heterossexuais), apenas
15% apresentaram depressão. Quanto