30 Anos de Economia
V.3- PERÍODO DE 1985 A 1990
Em março de 1985 foi instalada a Nova República, com a proposta de fazer um “pacto social”, para conciliar os pleitos por aumento salarial e a meta de redução da taxa inflacionária, esta última explosiva, que alcançara 226,97% na elevação geral de preços em 1984. A tarefa era extremamente complexa, até mesmo porque José Sarney não quis alterar a equipe econômica indicada por Tancredo Neves.
Os primeiros cinco meses da Nova República foram bastante tensos, não só pela nova situação pela qual o País estava passando (após 21 anos de governos militares e de uma vitória da oposição política, cujo Presidente da República eleito, Tancredo Neves, morreu por doença fulminante, que tinha como Vice-Presidente o próprio José Sarney), mas também por divergências na condução da economia pelo Ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, com o Ministro do Planejamento, João Sayad, já que o primeiro era adepto do gradualismo de cunho ortodoxo no combate à inflação, enquanto Sayad era mais identificado com a corrente inercialista, que defendia choques heterodoxos na economia.
Como as medidas fazendárias iniciais de austeridade fiscal e de controle monetário-creditício não surtiram o efeito esperado, o Ministro Dornelles foi substituído por Dilson Funaro, em agosto de 1985.
Naquela ocasião, como uma nova aceleração inflacionária parecia inevitável, a aplicação de um choque heterodoxo, nos moldes do Plano Austral argentino, ou a negociação de um “pacto social”, a exemplo do Programa de Estabilização israelense, era o que o Brasil necessitava, sem que implicasse em desemprego e recessão econômica, como ocorrido naqueles países, e parecia ser o maior obstáculo a ser transposto.
O ano de 1985 transcorreu aos sobressaltos, sem uma definição sobre o rumo a ser tomado no plano econômico, apesar do governo brasileiro haver mantido afastado o FMI, consoante a “marca de