30 anos de Economia- João Manuel Cardoso de Mello
30 anos de Economia- UNICAMP 4
João Manuel Cardoso de Mello
O capitalismo tardio. Contribuição à revisão crítica da formação e do desenvolvimento da economia brasileira
Décima edição
Introdução e conclusão
Página 14
E para se pensar a história latino-americana como a formação e o desenvolvimento de um certo capitalismo é preciso começar na raiz o formalismo contido no paradigma cepalino. Na verdade, argumenta o autor, há duas e não apenas uma economia primário-expotadora: a apoiada no trabalho escravo e a organizada com trabalho assalariado. “Formalismo”, acrescenta, “que é mera decorrência do conceito de capital de que se parte: não há capital, isto é, instrumentos de trabalho e mão-de-obra, tanto numa quanto na outra?” Para evitá-lo é necessário reconhecer que a diferença fundamental entre a economia colonial e a economia primário-exportadora encontra-se, exatamente, nas distintas relações sociais básicas que lhe estão subjacentes: trabalho compulsório, servil ou escravo, de um lado, e trabalho assalariado, de outro. Desvencilhar-se do formalismo é, assim, começar a entender o nascimento do capitalismo latino-americano pela forma peculiar de constituição de suas relações sociais básicas. Não basta reafirmá-las, como uma petição de princípios, mas é necessário perquirir seu processo de constituição a partir da crise do Sistema Colonial. A partir da Revolução Industrial, as relações entre Economia Colonial e Capitalismo passam de complementares a contraditórias: a generalização das relações mercantis impulsionada pelo capitalismo industrial por impor o assalariado da força de trabalho.
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo
Página 15
Introcução
O Estudo Econômico de América