2ª casa do artigas
A dobradura estendida cria um volume infinito e fechado, considerada sua vontade geométrica. Ao invés do impulso moderno de extroversão linear (um esquema, emprestado de Wright, o espaço externo era do mundo-natureza (fronteira), cuja funcionalidade interior consiste em passarem, estas, a operar apenas em suas relações fechada, internas e alienantes), uma extroversão exponencial pronta para receber algo externo.
Os pilotis, que conflitam com a unidade formal, que apoiam a construtiva, são camuflados pelo escuro de sua cor, disfarçando a sombra, em contraste com a clareza da linha-plano-dobra, que envolve vertical e horizontalmente todos os elementos.
Mas a grande tacada da obra de Artigas será o fato de que esse esquema da introversão formal considerará o urbano desordenado, caminho oposto da fuga dos arquitetos cariocas em direção à liberação total da paisagem pela linearidade. O volume revela aí a sua unidade, oposta à sua origem.
Unidade e expansão, contrários arquitetônicos, que têm como forças estéticas a sintetização do moderno e a tradição.
As paredes externas são cuidadosamente colocadas, com a intenção de voltar o olhar e o sentido do espaço para seu interior, tanto no estúdio, como na casa. O único espaço interno com uma das faces totalmente aberta para o exterior é o estúdio.
A profusão de transparência não deve enganar o olhar, toda solução da área social impede a relação com o jardim exterior, e encaminha o olhar para o vazio fagócito do terraço. O vidro é luz e não transparência espacial, e já encaminha para o alto a síntese luz/externo espacial, estágio embrionário da luz zenital. O paralelismo do pano de vidro em relação à rua se dá pela necessidade da liberação das visuais, na regra Corbusiana.
Volume fluido e vazio-jardim resolvia essa relação, na medida em que o vazio externo indicava o nexo com o vazio urbano-coletivo; indicando o privado.
Vista do exterior, a composição tem forte caráter unitário, que