Casa Taques Bittercourt 1
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Casa taques bittercourt O projeto da casa Taques Bitencourt (1959) se constitui como uma obra chave do trabalho do arquiteto Vilanova Artigas, pois arranja o espaço destinado à residência em uma unidade. A ala social, as dependências de serviço e a área íntima estão circunscritas em um volume encerrado no terreno que se dispõe em torno de um pátio central. Essa organização do programa habitacional concebida em uma só massa garantiria uma concisa formalização geométrica evitando as chamadas “edículas” e um máximo aproveitamento dos limites do lote, diante do regime vigente de propriedade da terra.
A concepção da casa Taques Bitencourt expressa o otimismo de Artigas em encontrar novas soluções para um reordenamento da sociedade e da cidade. No entanto, não deixa de evidenciar os conflitos do arquiteto em relação à opressão social, que podem ser lidos na oposição entre as empenas laterais da casa que encerram as extremidades do lote, evitando o contato com a vizinhança e a fachada frontal que, apesar dos caixilhos de vidro que promovem insolação e ventilação, não permite a visão do que acontece em seu interior.
O muro de pedras que se ergue defronte à calçada é mais um obstáculo que impede a intermediação entre os lados de dentro e de fora. Assim, a impressão que se tem é que esse elemento se configura como um entrave para o exterior, já que está colocado sobre o perímetro da lavanderia e dependências de serviços, dispostas no subsolo, cujas aberturas se organizam em sua base – ladeada por uma esguia depressão resultante do manejo da topografia e do feitio de um talude. Um arranjo que se constitui como uma trincheira para a rua. Ao inverso da 2ª. casa de Artigas que pousa sobre uma área arborizada e procura abarcar a paisagem ao seu redor, a casa Taques Bitencourt se ajusta por entre o exíguo terreno característico do loteamento paulistano, porque o contexto passa a ser tratado como algo a ser contraposto. Nesse caso, enquanto externamente essa construção funciona