25 De setembro
♦ 25 de Setembro:
ABERTURA DA FRENTE DE CABO DELGADO
Fala o Camarada Raimundo Pachinuapa:
«Foi o Camarada Eduardo Mondlane, Presidente da FRELIMO, que transmitiu a ordem do Comité Central, àqueles que avançam para Moçambique, a fim de começarem a luta. Estas foram as suas palavras aos combatentes
«Vocês vão para Moçambique para começarem a luta armada, única via para a conquista do poder e a expulsão do colonialismo de Moçambique.
Recomendo em nome do Comité Central, que o vosso alvo principal é o colonialismo português, isto é, todos aqueles que têm armas na mão e que defendem os interesses colonialistas contra o Povo Moçambicano. É contra esses que nós devemos combater. Eles são o nosso alvo. Não estamos a lutar contra o Povo Português, mas sim contra o sistema colonial em Moçambique. Sobre esta última frase, o Camarada Eduardo Mondlane repetiu várias vezes, chamando a atenção para que os combatentes não esquecessem. E, realmente, as Forças Populares de Libertação de Moçambique cumpriram sempre estas palavras do Comandante-Chefe. Durante os dez anos de luta armada, o nosso alvo foi apenas o colonialismo português e as suas forças vivas. Os soldados portugueses capturados eram sempre tratados como filhos do Povo Português, como nossos irmãos de luta. Estas palavras foram sempre cumpridas até ao último tiro.
31 DATAS E DOCUMENTOS DA HISTÓRIA DA FRELIMO
Foi precisamente a 1 de Agosto de 1964 que atravessámos a fronteira durante a noite. Tínhamos ordens para não começarmos a luta sem ordem do Comando-
Geral. O 1 ° de Agosto é de extrema importância histórica, pois além de ter sido o dia da entrada dos primeiros combatentes da FRELIMO, foi a data do assalto ao posto de Nametil junto à fronteira em 1974, precisamente dez anos depois do inicio da luta. Naquele momento o nosso trabalho era mobilizar o povo para o começo da luta, e fazer um reconhecimento geral da zona. Houve