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O RISO E O HUMOR NO FILME “O HOMEM NU”
Laughter and Humor in the Film “The Naked Man”
ADILSON SILVA OLIVEIRA
(UNIP, Brasil)
Introdução
“O homem nu”, conto de Fernando Sabino, foi adaptado para o cinema pelo próprio escritor em duas ocasiões. Na primeira, em 1968, o ator Paulo José interpreta o papel principal; na segunda, em 1997, é a vez de Cláudio Marzo dar vida ao escritor e folclorista Sílvio Proença. A versão mais atual, foco desse texto, tem a direção segura de Hugo Carvana, que, já na sua primeira experiência como diretor, imprime um olhar que desnuda, criticamente, a hipocrisia nas relações sociais da vida contemporânea.
No filme, Sílvio Proença, homem de meia idade, precisa cumprir compromissos profissionais em São Paulo. Sua esposa recusa-se a acompanhálo nesses compromissos, alegando medo de avião. No aeroporto, enquanto espera o seu voo, encontra um grupo de companheiros de “música e copo”, boêmios apreciadores de chorinho. Entre os amigos, está a bela sobrinha do bandolinista do grupo, Marialva.
Devido a uma tempestade de verão, o grupo não consegue embarcar para
São Paulo. Proença decide, então, acompanhar os amigos à casa de Marialva, numa reunião regada a chorinho, poesias de Augusto Frederico Schmidt e à cerveja. Seduzido pelos encantos de Marialva, o folclorista passa a noite com a bela negra, despertando apenas no dia seguinte, completamente nu. Enquanto a companheira de noitada toma banho, Proença passa por uma situação inusitada: ao sair nu para pegar o pão na porta do apartamento, é surpreendido por uma rajada de vento que faz a porta bater, deixando-o preso, totalmente nu, do lado de fora, somente com o pão nas mãos para esconder sua nudez. Com
Año III – Núm. 7 – verano 2013 - www.prometeica.com.ar
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Marialva no banho, sem ouvir seus apelos, tem início, a partir daí, uma fuga por
Ipanema, onde Proença será perseguido por jornalistas, policiais e curiosos, que ajudam a sensacionalizar o fato, espalhando a notícia de que