2015
Teóricos-Metodológicos do Serviço Social V
• III Encontro Internacional
“Civilização ou Barbárie” Serpa, 3031 de outubro/1º de novembro de
2010
• Uma face contemporânea da barbárie José Paulo Netto
Nos últimos vinte anos, ideólogos socialdemocratas pretenderam ter descoberto um
“fenômeno novo” nas sociedades dos países capitalistas centrais: a nova pobreza –perceptível em especial a partir da crise do Welfare State.
Principalmente na Europa Ocidental, produziu-se uma larga documentação sobre esta “novidade”
(de que é paradigmática a elaboração de Pierre
Rosanvallon) e foram postas no centro de significativos debates acadêmicos as polêmicas sobre uma pretensa nova “questão social”.
Discretamente, essa documentação sugeria que a velha “questão social” fora solucionada.
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A expressão questão social surge para dar expressar um novo acontecimento na história de uma Europa Ocidental. Após primeira onda industrializante, iniciada na
Inglaterra a partir de 1780 trata-se do fenômeno do pauperismo. A pauperização massiva da população trabalhadora constituiu o aspecto mais imediato da instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial e não por acaso engendrou uma copiosa documentação.
O capitalismo possibilitou a capacidade de criação de riqueza material, com a produção de bens e
Serviços. Contudo a produção de riqueza contracenava com um fenômeno “novo” a produção de uma população paupérrima. Essa população não tinha acesso nem os benefícios produzidos por essa nova sociedade, mas pelo contrário que tinham antes do capitalismo foi retirado. Segundo Netto
“Numa palavra: a pobreza acentuada e generalizada no primeiro terço do século XIX – o pauperismo – aparecia como nova precisamente porque ela se produzia pelas mesmas condições que propiciavam os supostos, no plano imediato, da sua redução e, no limite, da sua supressão”.
Este pauperismo marca a emergência imediatamente visível da dimensão mais evidente da