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Pharmacodynamics and Clinical and Forensic Issues
Emanuel RIBEIRO, Teresa MAGALHÃES, Ricardo Jorge DINIS-OLIVEIRA
Acta Med Port 2012 Mar-Apr;25(2):111-117
RESUMO
A mefedrona é um derivado semissintético da catinona usada como droga de abuso. Semelhante às anfetaminas, quer na estrutura química, quer nos sinais e sintomas clínicos associados, tem ganho popularidade desde 2007, sendo já a sexta droga mais consumida no Reino Unido. Pode ser facilmente comprada na internet ou em smart shops, onde é publicitada como fertilizante para plantas e sais de banho, apesar de não estar provada a sua eficácia como tal. O presente artigo tem como objetivo proceder à revisão do estado da arte relativo à mefedrona, nomeadamente no que diz respeito à sua estrutura química, formas de apresentação, farmacocinética, farmacodinâmica, intoxicação aguda, diagnóstico e terapêutica das intoxicações.
Os principais sintomas pelos quais a mefedrona é procurada são a euforia, desinibição social, empatia e aumento da libido. No entanto, o seu consumo está associado a vários efeitos adversos a nível cardiovascular, gastrointestinal, neurológico, psiquiátrico, geniturinário, entre outros. Existem também casos descritos de consumidores que desenvolveram tolerância e dependência após um consumo regular de mefedrona. No Reino Unido foram já confirmadas várias mortes diretamente relacionadas com o consumo de mefedrona. Atualmente esta droga está legalmente controlada em vários países, porém ainda pouco se sabe acerca da sua farmacocinética e farmacodinâmica. Os dados existentes sobre os efeitos da mefedrona provêm apenas de relatos de consumidores, dos profissionais de saúde que trabalham nos serviços de emergência médica e de sondagens feitas através da internet. Recentemente,
Portugal, através da Lei n.º 13/2012, de 26 de março, incluiu a mefedrona na lista de substâncias controladas, pelo que se justifica conhecer melhor este