2 S RIE LITERATURA
Deste modo, aproveitando as mudanças promovidas em nossa literatura pela Semana de Arte Moderna, sem exagerar, entretanto, nas inovações linguísticas, surge o romance social nordestino. Apresentando características regionais e naturalistas, com um enfoque marcadamente documental e evidenciando a linguagem do sertanejo, esse tipo de narrativa focaliza o homem hostilizado pelo ambiente físico e vítima de um sistema social perverso e excludente. Ressalte-se, também, o fato de esse regionalismo neo-naturalista ter sido desenvolvido por escritores dessa região. Como haviam nascido e viviam no local, passaram a descrever o ambiente de injustiça e de decadência que sempre haviam presenciado. É como se, pela primeira vez, de forma mais contudente, nossa literatura estivesse se deslocando do Sudeste, basicamente do eixo Rio-São Paulo, para a região nordestina.
É de extrema importância, então, a publicação, em 1928, do romance “A Bagaceira”, de José Américo de Almeida, um autêntico marco nesse tipo de literatura, que passaria a destacar o drama da seca e dos retirantes, além da descrição de um mundo que girava em torno dos engenhos de cana-de-açúcar. Logo a seguir, surge em nosso cenário a escritora Rachel de Queiroz, cujo romance “O Quinze”, publicado em 1930, descreveria a terrível realidade da seca ocorrida em 1915 e todo um rosário de desgraças provocadas pela fome e pela migração forçada. Essa escritora, nascida em 1910 em Fortaleza, passaria a se destacar, então, com uma literatura de forte preocupação social, acrescentando a esse dado o enfoque psicológico.
3ª GERAÇÃO
MODERNISTA:
EXPERIMENTALISMO
E PERFEIÇÃO FORMAL
(1945/1960)
O fim da Segunda Guerra traz, em seu ventre, não a paz duradoura que todos almejavam, mas o espectro da guerra fria, resultado da divisão do mundo em dois grandes blocos: capitalista e comunista.
No Brasil, termina a ditadura de Vargas e, com a redemocratização, ocorre um surto desenvolvimentista. A eleição de