160 Receitas de Molhos
No final de 1983, dois amigos publicitários, Walter Arruda e Marcio P. T. de Oliveira, o pontepretano Pitico, me procuraram com uma ideia aparentemente amalucada. Queriam que eu projetasse uma coleção de livros de gastronomia, a ser batizada de “Santa Ceia”, exatamente o nome do meu, então, programa de televisão. Ideia amalucada porque, segundo eles mesmos, não imaginavam que eu topasse a empreitada com tanta velocidade e com tanta disposição. Mal sabiam o Walter e o Pitico que, desde menininho, eu sonhava em me tornar um escritor.
Depois de seis meses de pesquisa, e de dolorosa digitação, numa máquina mecânica, eu aprontei a minha obra de estreia no mercado, O Livro dos Molhos, uma fascinante coletânea de cerca de trezentas alquimias de tradição no planeta inteirinho. No trabalho, havia poucas receitas minhas. De fato, se tratava de um compêndio de investigação do passado e de compilação de preciosidades. Deu certo. Consta que O Livro dos Molhos se transformou num sucesso, embora eu nunca tenha deparado com o seu título nas listas dos best-sellers.
Tudo bem, em 1996, graças ao apoio dedicadíssimo da L&PM, a doce fantasia da coleção se cristalizou. Agora, com a mesma L&PM surge uma nova série de volumes mais compactos e mais baratinhos, sob a minha assinatura.
Acredite, como eu: trata-se de uma série ainda apaixonada pelas panelas e pelos fogões, mas uma série bem mais prática e mais profissional. Inclusive por abrigar um glossário de relações entre pesos, volumes – e os recipientes de plantão nas cozinhas em geral, das colheres às xícaras. Por uma questão de rigor formal, eu mantenho em meu texto a exatidão das dosagens da obra de origem.
Proponho, contudo, comparações domésticas que simplificarão a vida de meu leitor.
Resta-me perpetrar, nesta reapresentação, um bom punhado de homenagens cruciais:
* Meu mestre Giovanni de Bourbon-Siciles, que prefaciou a edição original dos Molhos.
* O saudosíssimo Luís Carta, que me confiou a edição de