1409 FiloTecno 2015 1 11
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Você tem cérebro de pipoca?1Um estudo realizado pela Stanford University, uma das universidades responsáveis pela criação do Vale do Silício, detectou um novo distúrbio mental: o cérebro de pipoca. Esse problema atinge pessoas que realizam várias funções simultaneamente e que são expostas a um volume excessivo de informações ao mesmo tempo. O resultado são alterações químicas cerebrais que fazem com que suas vítimas tenham dificuldades em concentrar em um único assunto e realizar tarefas simples do cotidiano, como ler um livro ou cuidar de um bebê. O cérebro fica sempre pipocando em busca de novas informações, muitas irrelevantes, como por exemplo, saber o que seus amigos do Facebook estão fazendo nesse momento.
A principal consequência da falta de foco gerado pelo cérebro de pipoca é o analfabetismo emocional, onde as pessoas têm dificuldade em ler as emoções no rosto e postura na voz de outros indivíduos. O professor de psicologia da Universidade de Stanford, Clifford Nass, fez um estudo com jovens viciados na internet. Foram exibidas fotos com diversas expressões faciais e foi solicitado para que os estudantes identificassem as emoções ali expostas. O resultado foi a dificuldade dos entrevistados em ler essas emoções. “Relacionamento é algo que se aprende lendo as emoções dos outros”, afirma Nass. Para o psicólogo da USP, Júlio Peres, o problema de relacionamento é causado, principalmente, pelo distanciamento proporcionado nas relações virtuais.
– Grande parte dos relacionamentos ocorre pela oferta dos meios ágeis de comunicação, que favorecem interface superficial com grande número de pessoas, incitando contatos por interesse em vantagens imediatas e relações também descartáveis — afirma Peres.
Mesmo sendo um problema causado pelo uso excessivo da internet, o distúrbio do cérebro de pipoca também está presente na vida profissional. A cada dia, há uma exigência maior do mercado de trabalho por profissionais com capacidade de