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O serviço social no Brasil nos anos de 1990: Consolidação do amadurecimento teórico metodológico crítico
O desenvolvimento dos direitos humanos, possibilitado pela luta geral dos trabalhadores pelo mundo, embora não superando o capitalismo, foram de extrema importância para as conquistas dos direitos sociais para diversos segmentos. Com o fim da ditadura e com a abertura política no Brasil, nos anos 1980, foi possível criar condições para a conquista no campo dos direitos, civis, políticos e
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sociais.
Esse clima de luta, reivindicações por direitos e organização dos trabalhadores, que teve a participação ativa dos assistentes sociais, gerou o momento propício para discussão e mudança das bases legitimadoras do serviço social.
Nesse cenário, o debate crítico que existia no âmbito da profissão desde a década de 1960 ganhou força e notoriedade. Assim, é importante identificar, nesse primeiro momento, quais foram as principais discussões trazidas para a profissão, possibilitadas pelos avanços dos direitos no Brasil, e analisar alguns aspectos dos onze princípios fundamentais no Código de Ética.
3.1
Antecedentes Históricos
Para situar o serviço social no bojo das mudanças das décadas de 1980 e de
1990, é pertinente tecer alguns breves comentários acerca da suas principais origens ideopolíticas ao longo da sua trajetória.
O Serviço Social, desde sua emergência na Europa e nos Estados Unidos no século XIX, até a década de quarenta, foi embasado pela tradição européia, a qual se caracterizava pela filantropia e pelo assistencialismo. Após a Segunda
Guerra Mundial, passou a ser influenciado pelo tecnicismo das ciências sociais
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da tradição americana, no momento de busca de hegemonia no interior do imperialismo. (NETTO, 2001).
Nesse momento histórico, idos do século XX, o serviço social trabalhava na manutenção da ordem vigente, no controle e na adequação dos indivíduos ao meio, como exemplo na área da infância, em