12345678911
Um estudo sobre De veritate, 1, 1 e Summa Theologiae, I, 16, 1
Matheus Pazos
1. Resumo
Este projeto tem por escopo analisar a definição de verdade em Tomás de Aquino. Para tanto, investigaremos esta definição em dois textos, a saber: De veritate 1, 1 e Summa Theologiae, I, 16, 1. Nestes, Tomás estabelece que a verdade é o resultado da adequação da coisa e do intelecto. Ao examinar a definição de verdade, pretendemos explicitar os pressupostos ontológicos que constituem a escolha de Tomás por esta definição. Em De veritate, 1, 1, a definição de verdade encontra-se inserida na apresentação das noções gerais do ente, isto é, os transcendentais. Esta apresentação, contudo, não faz parte da discussão presente em Summa Theologiae, I, 16, 1. Apesar dessa diferença, a definição da verdade como adequação da coisa e do intelecto é mantida por Tomás nos dois textos. Na investigação desses textos, visamos apresentar a maneira pela qual Tomás limita a definição de verdade no contexto da apresentação dos transcendentais em De veritate 1, 1 e, a despeito de não utilizar os mesmos pressupostos em Summa Theologiae I, 16, 1, opta por manter a definição de verdade como adequação da coisa e do intelecto.
Palavras-chave: verdade, adequação, ontologia, Tomás de Aquino.
2. Introdução
A questão a ser investigada por Tomás em De veritate 1, 1, consiste na definição da verdade[1]. A partir disso, ele confronta-se, neste texto específico, com diversas definições desta noção e procura estabelecer a que melhor expressa o sentido da verdade. A definição escolhida por Tomás tem por pressuposto que todo conhecimento efetiva-se mediante a assimilação daquilo que é conhecido por parte de quem conhece. Neste sentido, a verdade é resultado de uma relação[2] entre a coisa e o intelecto e, só a partir desta relação, estabelece-se o conhecimento verdadeiro[3]. Segundo Tomás,
(...) todo conhecimento realiza-se pela