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Celso João Carminati*
RESUMO: Neste trabalho, apresentamos a realidade da presença da
Filosofia nas escolas de nível médio no Brasil a partir da conjuntura político e ideológica que foi sendo constituída desde o golpe militar de
1964. A profissionalização do ensino médio fez com que as disciplinas da área humanística fossem reduzidas completamente. Porém, o debate e a reação dos segmentos sociais organizados colocaram em evidência essa situação. Neste sentido, refletimos sobre as (des) razões da retirada da
Filosofia dos currículos escolares e as distintas posições do movimento pela sua reintrodução.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino Médio. Filosofia. Razões. Políticas
Educacionais
The Non-Reasons for the removal of Philosophy from Brazilian High Schools
ABSTRACT: This text discusses the presence of Philosophy in Brazil’s high schools, based on the political and ideological developments since the military coup of 1964. The professionalization of high school teaching brought about a dramatic reduction in Humanities subjects. The reaction within organized social segments to this trend brings this situation into debate. We reflect upon the non-reasons for the removal of Philosophy from school curriculums as well as on the different positions within the movement for their reintroduction.
KEY WORDS: High School. Philosophy. Reasons. Educational Policies.
1 Introdução
O debate em torno do afastamento e das conseqüências da filosofia do ensino médio tem oposto dois movimentos, cujas intenções têm contribuído para repensar a história e o sentido desta disciplina nos currículos escolares.
Se de um lado, professores e intelectuais ligados à Sociedade de Estudos e
Atividades Filosóficas - SEAF defendiam a tese de que a filosofia incomodava porque formava cidadãos mais críticos e conscientes, de outro, o movimento católico mais conservador se afirmava na tese da precária formação daqueles que a ensinavam nas escolas de