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Expressar agressividade é natural e humano, e habitualmente saudável. A agressividade é considerada como um dos comportamentos mais primitivos dos seres animados, e pode ter servido como forma de sobrevivência às hostilidades e ameaças do ambiente para a preservação do indivíduo e da espécie.
A agressividade está associada a atividade, o que a torna contrária da passividade. Ela não é negativa e para existir, os seres animados precisam estar ativos, dinâmicos, em movimento. Se pensarmos bem, a existência, mesmo a dos minerais sugere atividade, haja vista que no interior dos minerais átomos movimentam-se em velocidade extraordinária mesmo que a pedra se apresente imóvel, na sua aparência. Atividade é vida. Passividade é morte, inexistência.
E para sermos vivos, ativos, certa dose de agressividade deve estar presente. Alguns testes psicotécnicos medem o nível de agressividade das pessoas. Dependendo para que se destinam, os testes podem avaliar que a agressividade daquela pessoa pode estar além ou aquém do desejado.
A pessoa, dependendo do seu nível de agressividade pode ser caracterizada como pessoa de espírito empreendedor, com energia, atividade, dinamismo, o que faz com que a agressividade perca sua conotação de hostilidade. A energia da agressividade gera ousadia e coragem para correr riscos.
Segundo a psicanálise, a agressividade é uma operação que atua desde cedo no desenvolvimento psíquico e comportamental do sujeito, fazendo parte das pulsões tanto de vida quanto de morte. Existiria, de fato, apenas uma pulsão, a pulsão, que guiaria o sujeito.
Laplanche esclarece: “...para realizar seus objetivos mesmo que passivos (ser amado, ser visto, etc.), a pulsão exige uma atividade que pode ter que vencer obstáculos: “toda pulsão é um fragmento de atividade.”.” (Laplanche e Pontalis, 1995, p.12)
A agressividade se contrapõe aos afetos amorosos, gerando a ambivalência que faz parte do funcionamento psíquico