11 O Fim Do Imperio Do Ocidente
Durante o quinto século d.C., o império do ocidente se desintegrou gradualmente em face da contínua pressão exercida pelas tribos germânicas. No início do século, os visigodos, sob Alarico, moveram-se rumo a oeste, entraram na Itália e foram temporariamente retidos em seu caminho por soldados trazidos da fronteira do império na Bretanha, que havia sido invadida pelos saxões. O governo imperial do ocidente havia sido transferido de Milão para Ravena, perto do Mar Adriático. Em 410 d.C. os visigodos saquearam a cidade de Roma. Esta já havia desde muito deixado de ser o centro militar ou administrativo do império, mas suas antigas tradições, o fato de o senado ainda se reunir ali e a sua crescente importância como sede do papado ainda lhe conferiam um enorme valor simbólico. Enquanto as notícias se espalhavam pelo império, as reações se manifestavam, vindas de todos os lados. São Jerônimo, cujas origens se encontram nas fronteiras da Itália e Ilíria, escrevendo de Belém, manifestou seu horror, afirmando que “a mais brilhante luz da Terra foi extinta, e o império foi privado de sua cabeça.” A vida jurídica da província da Itália (a província central do império, onde a civilização romana nascera) não se recuperou mais desta invasão. Em uma constituição de 451 d.C., Valentiniano III lamenta o fato de que certas regiões não dispunham de advogados nem de juízes, e de que nelas, outros indivíduos quaisquer com algum conhecimento sobre o direito eram raros ou inexistentes.
Dois anos após o saque de Roma, os visigodos se moveram em direção ao sudoeste da Gália, ao sul do Rio Loire, onde eles foram autorizados, por um tratado, a se estabelecer, tendo Toulouse como capital. No leste da Gália os burgúndios receberam permissão para se instalar em termos similares, para se juntarem aos habitantes galo-romanos na defesa do território contra os ataques dos hunos. Sua capital era Worms. Em 429 d.C. os vândalos, que haviam passado da Gália à Espanha,