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Os seus mais de vinte milhões de exemplares vendidos em inúmeros países são prova evidente do seu sucesso editorial e financeiro. Jamais um escritor brasileiro alcançou um público tão grande e amealhou lucros tão significativos.
O mago brasileiro jamais se filiou à magia de origem africana e aborígene. As suas fontes são outras, isto é, ele se inspira ou diz se inspirar principalmente na cultura européia. Talvez isto seja uma das chaves para a compreensão do seu sucesso internacional. Quando o colonizado se diz filho do colonizador, está feito o caminho do reconhecimento paterno.
Apesar ou por efeito de suas viagens místicas e psicodélicas contemporâneas, ele é yuppie, adora o sucesso que tem e reclama da inveja que desperta. Talvez tenha um pouco de razão, pois no Brasil, como dizia Tom Jobim, "o sucesso é ofensa pessoal".
Paulo Coelho também é o escritor que mais aparece nos meios de comunicação do Brasil e do mundo. É um produto de marketingorquestrado por seus editores e, até mesmo, por governos, inclusive o brasileiro. Recentemente, a imprensa noticiou o interesse de Clinton em conhecer pessoalmente o nosso mago.
Coelho é figura obrigatória de nossa mídia. Possivelmente, ao contrário da maioria dos escritores brasileiros, a sua imagem física, com o seu indefectível cavanhaque, é reconhecida por milhões que já o viram na TV, jornais e revistas.
O mago brasileiro é midiático, uma espécie de popstar de nossas letras. As suas idéias, certamente, influenciam muito mais pessoas do que os que compram e lêem seus livros. Como se sabe ou se deveria saber, o poder da palavra escrita é muito grande. No mundo de hoje, é maior ainda se acompanhado de uma persona presente no imaginário público construído pelas empresas