1.2. A autocracia burguesa: o "modelo dos monopólios. ( Netto)
O período no cenário brasileiro de 1961 à 1964, segundo Netto podem ser sintetizados na constatação de uma crise da forma de dominação burguesa, gestada pela contradição entre as demandas derivadas da dinâmica do desenvolvimento na industrialização pesada e a modalidade de intervenção, articulação e representação das classes e camadas sociais no sistema do poder político. (já que o processo de democratização que estava em curso antes de 1964) O padrão da crescente acumulação no Brasil era contraditório às demandas democráticas. O Brasil pactuava com o capital monopolista internacional e chocava-se com o jogo democrático. Então para não causar danos à crescente economia, para garantir crescimento industrial à curto prazo e garantir a hegemonia do capital, a economia burguesa brasileira resolveu seu dilema, rapidamente, deslocando-se para o campo da “anti-democracia”. Ou seja, As massas populares tinham que ser excluídas do jogo do poder, o que estava em questão era crescer a industrialização “pesada” no país. O Estado Brasileiro que se formava após o golpe de Abril de 1964, implicou num movimento forte de continuidade e de ruptura que segundo Netto, Continuidade significava que o Estado dava a continuidade e manutenção do padrão de um governo que concretiza o pacto contrarrevolucionário para assegurar o esquema de acumulação, repassando para os monopólios em beneficio estratégico das corporações transnacionais, rompendo com toda e qualquer preocupação social. Tratava-se de uma funcionalidade tanto econômica quanto política, promovendo a heteronomia de classes (sujeição passiva de uma das classes, no caso a classe trabalhadora brasileira) e a exclusão política. Ou seja, cabia ao Estado promover a industrialização e ao mesmo tempo permitir a ascensão de uma classe sobre a outra. Para Netto, o Estado era o “meio coesionador” da autocracia burguesa. Ao Estado pós-64 cabia