Ficha bibliográfica do capítulo i, da obra: ditadura e serviço social: uma análise do brasil pós 1964, de josé paulo netto.
APRESENTAÇÃO:
A obra “Ditadura e Serviço Social- Uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64”, é um texto do autor José Paulo Netto (1947), sendo a segunda parte de sua tese de doutorado. O aprofundamento do tema tem como finalidade clarear e contribuir para o esclarecimento do processo de renovação experimentado pelo Serviço Social nos anos 1960 e 1980, no grau de suas formulações a que convencionalmente se designava de “teorização”.
Adotando uma perspectiva crítica inspirada na teoria social de Marx; Netto tenta contrair o processo de renovação no entrecruzamento de duas dinâmicas: 1) da dinâmica abrangente dos processos socioinstitucionais postas ao Serviço Social e 2) da dinâmica interna à realidade da profissão. Sendo que ainda considera essas duas dinâmicas como um processo único – distinguido pelos ritmos oportunos da ordem societária e do acumulo profissional, obtido pelo movimento totalizante da formação social brasileira sob o regime autocrático burguês. “A renovação aparece aqui, pois, como uma resposta construída pelos assistentes sociais na rede de relações que se entretecem na interação profissionalizante/ sociedade.” (NETTO, 2010, p. 08).
CAPÍTULO 1: A AUTOCRACIA BURGUESA E O “MUNDO DA CULTURA”.
Os três lustros que definiram no Brasil a oportunidade do poder absoluto da burguesia- formando, na construção do seu desdobramento, um regime político ditatorial e terrorista- marcaram para o conjunto total da sociedade brasileira, uma profunda curvatura: declararam uma nova tendência de desenvolvimento econômico, social e político que deram molde a um novo país.
Ao extremo do período ditatorial, nenhum dos enormes problemas, principalmente os decisivos problemas estruturais estavam resolvidos – Florestan Fernandes chamou de “descolonização incompleta’. O que aconteceu foi o contrário: andavam totalmente opostos, aprofundados e múltiplos, ganhando importância mais extensa e comovente. A burguesia, porém, não atuou com