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6135 palavras
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1. Introdução O trabalho é essencial à vida e à felicidade do ser humano, mas também pode ser fonte de tensão e estresse (PAES da SILVA, 1998). Na concepção religiosa, o trabalho aparece trazendo uma conotação de sofrimento e culpa; no livro de Gênesis, na Bíblia, o homem foi condenado ao trabalho porque Eva e Adão cometeram o pecado. Sendo assim, o trabalho foi considerado castigo no qual o homem teria que trabalhar e, com seu suor, conseguir o próprio sustento (PAES DA SILVA,1998). Por outro lado, o trabalho também de origem grega “ergon” (GRANDJEAN, 1998), trazendo sentido à vida, atribuindo- lhe valor e significado (MIELNIK, 1975; FILGUEIRAS e HIPPERT, 2002; GUIMARÃES, 1999), sendo importante para o saudável desenvolvimento do sujeito, bem como para seu reconhecimento social (COOPER E BAGLIONI, 1988). Diante destes conceitos fica claro que o trabalho não tem somente um significado material como fonte de recursos para a sobrevivência do indivíduo, mas um significado psicológico e social. (DEJOURS, 1992) O profissional de enfermagem no nível hospitalar mantém-se em exposição contínua ao sofrimento e, muitas vezes à morte de seus pacientes (PITTA, 2003; COOPER e BAGLIONI, 1998). A estes profissionais, cabe a difícil tarefa de coordenar as funções de cuidado aos pacientes, interagindo com médicos e com interesses da administração hospitalar. Por tratar-se de uma profissão que está historicamente envolvida por uma idéia de vocação e benevolência, muitas vezes, as relações típicas de trabalho são extrapoladas através de ambigüidade de papeis, falta de participação nas decisões, longas jornadas de trabalho, rodízio de horário, números insuficientes de pessoal, recursos escassos, sobrecarga de trabalho, falta de treinamento notadamente às novas tecnologias, mudanças constantes das regras, excesso de burocracia, excesso de horas extras e clima tenso de trabalho. (LAUTERT, 1995). Profissões tais como a de enfermagem, tão antiga quanto à própria