O Romance Autobiográfico

exemplo, Georges Perec faz a constatação da nulidade de sua memória: Não tenho nenhuma lembrança da infância. (p.13). Não sei se nada tenho a dizer, sei que nada digo; [...] sei que o que digo é um branco, é neutro, é um sinal definitivo de uma aniquilação cabal. (p.58-59). Este nada corresponde ao desaparecimento de seus pais em sua infância; seu pai, na guerra e, sua mãe, nos campos de concentração. Perec, em seguida, procede à laboriosa reconstrução de suas recordações, tecendo-as com uma história inventada há 13 anos, esquecida e depois reinventada bem mais tarde, numa história intitulada W. Ao fazer isso, ele apresenta suas lembranças também como hipotéticas, assim como a ficção que ele propõe. De uma forma mais fútil, Alain Robbe-Grillet também compartilha da reconstrução imaginária em sua autobiografia, O espelho que reflete. Ele começa, porém, por estabelecer, como Gide e Mauriac, um pacto do tipo fantasia: Nunca falei de outra coisa a não ser de mim mesmo. Como era do interior, o que fazia pouco se notava. (p.10). Mas contrapõe esta afirmação ao escrever: E é mesmo uma ficção em que me aventuro aqui. (p.13). Ele adianta sobre si que a história de sua vida é ela mesma um romance, selando um pacto “ficcional”, exatamente oposto ao que ele acabou de fazer (o pacto de fantasia). Defensores do pacto ficcional concentram-se na construção de sentidos que procuram envolver todo o cenário narrado: não só a história de uma existência, mas…

Diego Rodrigues Pereira, 42.00 / 10518585, Diego Sampaio Mansur, 53.00 / 10258272, Diego Santos Moura, 59.00 / 10347005, Diego Silva de Sousa, 58.00 / 10085583, Diego Vieira Rocha, 59.00 / 10603276, Dielly Delfino Borba, 53.00 / 10183952, Diely de Castro Silva, 61.00 / 10128155, Diene da Silva Monteiro, 44.00 / 10024177, Dienedi Paula Rodrigues, 36.00 / 10124142, Dieyson Monteiro Lira, 70.00 / 10166148, Dilean Rocha Batista, 52.00 / 10050121, Dilermando Silva Cavalcante, 48.00 /…

como uma espécie de comemoração das minhas, digamos, bodas de prata com a literatura... Estes contos foram escritos entre 1966, entre Santiago do Boqueirão, onde eu costumava passar as férias na casa de meus pais; Porto Alegre da época da faculdade São Paulo dos primeiros loucos tempos de 1968, AI-5 e ebulição cultural, e finalmente a Casa do Sol, de Hilda Hilst, em Campinas. Foi na casa de Hilda que dei forma final aos textos, inscrevendo-os no Prêmio Fernando Chinaglia para autores…